Uma dor perfeita
Ricardo Lísias narra o período em que esteve internado de Covid-19, oscilando entre a consciência e o devaneio. Ele descreve a luta de médicos e enfermeiros, e a angústia pelos pacientes que não sobreviveram. Fala das dificuldades de recuperação e mostra como, mesmo depois do trauma, a doença deixa marcas profundas na relação com os outros. Em suas alucinações, o narrador vê a esposa com os olhos ”de pedra” e o filho com o rosto “embaçado”, e teme nunca mais encontrá-los. Os delírios ópticos do narrador foram a inspiração para a criação desta capa. Uma tela do jogo de videogame — que era o local virtual preferido em que o narrador e seu filho se encontravam enquanto ele estava no hospital — foi desfocada de modo que ficasse irreconhecível. Suas cores contrastadas e formas fluidas que parecem se movimentar criam uma imagem enigmática e atraente para este título de palavras aflitivas.
Alfaguara, 2022
15 × 23,4 cm