Baiôa sem data para morrer
A vida no vilarejo de Gorda-e-Feia é monótona. Com seus velhos moradores à espera do dia do juízo final, a rotina é regada a vinho, fofocas, maldições, suicídios, tradições e uma sensação constante de abandono. Com a chegada de um novo morador, um professor que se autoexila na vila natal de seus avós, o velho Joaquim Baiôa ganha um parceiro para ajudá-lo na missão de restaurar as antigas casas em ruínas. Ele reavivará a esperança de atrair novos moradores e fazer renascer a vida onde a morte faz ronda em cada pedra das ruas poeirentas, quase desertas.
A história, de início pitoresco e bem humorado, vai se tornando mais melancólica ao se voltar para o tema da morte. O briefing da editora sugeriu um trabalho figurativo e convidei o artista gráfico Fernando Vilela — que pesquisa cenários regionalistas trazendo seu olhar sensível e mais abstrato — para ilustrar a paisagem desse vilarejo. A cena criada com grandes áreas de cor e texturas de madeira situam o leitor para um livro de estrada e também pintam nuances para a subjetividade presentes no romance.
Biblioteca Azul
ilustração: Fernando Vilela
16 × 23 cm